aqui na quebrada, quando rola prisão
atropelamento, corte de água
luz ou reintegração
deixamos claro:
metemos fogo em pneus
comércio e buzão
sem esperanças
para que paciência?
é dia de guerra, chororô
correria e resistência
aqui
a fumaça é da preta
meu irmão
nos dias de pagamento
tem festa no mangue
não tem treta, polícia
sangue nem xingamentos
é só alegria
paz no ninho
dia de feira, pinga e pastel
caldo de cana, danoninho
camisola lavada
e lua de mel
botamos fogo na lenha e
a fartura que não se via:
ovo, feijão, carne e farinha
na pressão é só o que chia
é dia de criança correr
encarvoar a panela e
do rabo da vida
balançar no sombrio da viela
a larica que sentimos
fugirá debaixo de garfadas e tapas
do cozido, é branca a fumaça
não minto: hoje habemus papa!
xavier