sexta-feira, 6 de junho de 2014

Entalhe


os sentimentos
invisíveis, intocáveis,
ocupando tudo, alegram ou
fazem-nos sofrer.

por necessidade
de compreendê-los, o poeta,
entalhando a palavra,
lavra suas formas.

dia após dia,
desbasta o bruto,
extrai supérfluos,
imprime, lima, lixa.

achando que terminou,
dá o acabamento
com uma pátina
transparente.

então, diariamente,
fica diante da obra
vendo-a assumir formas e
significados inimagináveis.




xavier

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Não sou poeta, meu amigo Francisco Xavier.
    Mas como uma pessoa comum, o poeta entalha a palavra, lavra as suas formas, e eu levo a obra para a minha alma, meu espírito.

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