No tempo que os bichos falavam
O fuxico era a única diversão
Se alguém vacilasse tinha o nome
Correndo nos carreiros do sertão
Lampião metia medo no povo
O jararaca foi quem passou a fita
Curisco e os soldados da volante
O corneavam com Maria bonita
Quando choveu na fazenda Angico
O cágado fofoqueiro curiava
Espalhou que a macheza do riacho
Não era tudo aquilo que se falava
Foi a língua barrenta da enxurrada
Passar no rego fundo do riachão
Que cheio de frescura, disse logo
Passa mais que eu acho é bom!
Durante uma briga sangrenta
A cauda do calango foi comida
Os bichos usaram esta tragédia
Para o chamarem de Margarida
O sonhim do alto de uma Aroeira
Sorrindo perguntava ao coitado
Calango baitola responda por favor
É verdade que comeram teu rabo?
- Comeram o rabo do calango
Ele achou bom o rabo dar
Tá esperando outro rabo crescer
Pra chamar o teiú pra jantar
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Xaxá
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