terça-feira, 13 de junho de 2017

Lentamente


bem devagar
passa a noite fria
o mastigar da boca
que a fome consome

o ano sem chuvas
o sol no interior da pedra e
o pó, brinquedo triste
do vento no chão

em baixa velocidade
passa o som
os dias, a febre, a dor
a voz do amor perdido
o lume que vaga
nas noites vazias

lentamente passa
a sensação do toque
das tuas mãos
no meu rosto... breve






xavier


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